Texto, foto e áudio: Heloisa Keiko
Quando se fala na prática de esportes nas escolas, o mais comum é lembrar das aulas de educação física, que envolvem exercícios e atividades físicas. No entanto, uma modalidade que vem ganhando força no ensino básico exige muito menos esforço corporal e mais raciocínio lógico – o xadrez.
Juliana Ishikawa começou a jogar xadrez aos 13 anos a convite de uma amiga, que praticava o esporte em aulas particulares oferecidas pela escola em que estudavam. Depois de praticar com os colegas, Juliana passou a jogar em torneios – até que, em 2013, aos 15 anos, foi campeã paranaense de xadrez, e teve a chance de representar o estado no campeonato brasileiro, no qual conquistou o oitavo lugar. Durante a faculdade, a enxadrista deu aulas do esporte para crianças em uma escola, além de participar de alguns campeonatos pela universidade em que estudava.
Campeã paranaense de xadrez, Juliana pratica o esporte desde os 13 anos
Além de conquistar prêmios e vencer campeonatos, Juliana acredita que os maiores benefícios da prática do xadrez para sua vida foram os valores que aprendeu com o esporte.
Para Juliana, o xadrez foi essencial para que ela aprendesse a lidar sozinha com seus problemas – por ser um esporte individual, o xadrez obriga os jogadores a tomarem as decisões da partida por conta própria, sem consultar o treinador ou os parceiros da equipe, como é permitido em jogos de grupo. Além disso, a enxadrista também acredita que o esporte ajude a desenvolver habilidades como o raciocínio lógico e a maior facilidade em realizar cálculos, especialmente quando praticado desde a infância, na escola. “Mas essas vantagens do xadrez, para mim, ainda são menos importantes do que aquelas que a criança pode levar para a vida”, afirma Juliana.
Durante o período em que deu aulas de xadrez para crianças, Juliana também percebeu o desenvolvimento de outras habilidades – como a disciplina, o respeito ao próximo e a noção de causa e consequência. “Durante as partidas, é sempre importante respeitar o oponente e saber que as decisões tomadas nas jogadas terão consequências, e é preciso estar preparado para aceitá-las independentemente do resultado”, afirma a enxadrista.
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